O varejo brasileiro sofreu grandes impactos com as medidas de contenção da pandemia da COVID-19, iniciada em 2020. Entretanto, o setor de supermercados apresentou resultados positivos mesmo durante o isolamento social e continua crescendo.
Ainda que esteja em um bom momento, o comércio de alimentos, produtos de limpeza e outros gêneros deve ficar atento às transformações pelas quais o mundo está passando de modo acelerado.
Pensando nessas questões, selecionamos dados sobre o varejo brasileiro que são relevantes para os supermercados.
Esperamos que você aproveite este conteúdo e, ao final da leitura, tenha boas ideias para o seu negócio. Acompanhe!
O cenário do varejo brasileiro
Pesquisa Anual de Comércio (PAC) 2020, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) levantou alguns dados interessantes sobre o varejo brasileiro.
Segundo o IBGE, hipermercados e supermercados foram responsáveis por 13,6% da receita operacional líquida de todo o comércio do Brasil, em 2020. Houve aumento de participação do segmento (que era de 10,6%, em 2011, e 23,9%, em 2019).
Além disso, o setor supermercadista foi o que mais gerou empregos no país durante a pandemia do COVID-19, como divulgou Agência Brasil. Entre 2020 e 2021, a área acumulou 156.120 novos postos gerados.
A Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) realiza um ranking anual com as maiores empresas do setor. Em 2022, lideraram a lista:
Empresa | Faturamento (2021) |
Grupo Carrefour Brasil | R$81,2 bilhões |
Assaí Atacadista | R$45,6 bilhões |
GPA | R$29,0 bilhões |
Em 2021, o setor alcançou o seu melhor índice de lucro líquido dos últimos 20 anos e, assim, a margem de lucro dos supermercadistas chegou a 2,9%.
Os números impressionam e mostram a força do segmento para o varejo brasileiro. Mas, mesmo diante de um momento positivo, é importante estar atento ao que está acontecendo no mercado e se preparar para o cenário.
As tendências para supermercados
A KPMG, uma das maiores empresas globais em prestação de serviços, lançou o KPMG 2022
CEO Outlook. O relatório apresenta diversos dados relacionados ao mercado e aponta chaves de sucesso para o desenvolvimento de estratégias de crescimento.
Neste contexto, a companhia elegeu 4 elementos de atenção:
- Perspectivas econômicas
- Talentos
- ESG
- Tecnologia
A seguir, você confere dados sobre o varejo brasileiro sob a ótica desses elementos e como isso pode impactar os supermercados do país.
Perspectivas econômicas
O relatório O setor de Varejo Supermercadista, feito pela XP Investimentos, considera que os destaques de 2023 em relação ao mercado são:
“A melhoria do emprego, que impulsiona o setor de serviços e comércio, o alívio da inflação de curto prazo e a manutenção do Auxílio Brasil, renomeado como Bolsa Família, na faixa
dos R$ 600 mensais”.
Por outro lado, o setor de Research de Renda Fixa do banco aponta que incertezas sobre as políticas fiscais e seu impacto na inflação podem colaborar para a redução do poder de compra do brasileiro.
No âmbito global, as incertezas geopolíticas devem seguir impactando as estratégias das empresas. Para KPMG, 81% dos CEOs afirmaram que vão continuar ajustando ou planejam ajustar seu risco conforme o cenário.
Talentos
Um desafio constante para o setor de supermercados é a retenção de talentos. Durante o Smart Market 2022, lideranças de diversas empresas do segmento apresentaram as suas dificuldades com a seleção, o recrutamento, a contratação e a manutenção de pessoal.
Áreas como tributação, ESG, logística, digital, dados, jurídico e compras carecem de profissionais qualificados para trabalhar no varejo brasileiro, de acordo com os especialistas.
Além disso, a diversidade das equipes é desafiadora para times e lideranças. O gerenciamento de relações intergeracionais e a inclusão de pessoas com deficiências (PCD) são temas que precisam ser debatidos pelos supermercados do país.
A rotatividade também é um fator de atenção para o varejo brasileiro. O acompanhamento dos novos contratados e mudanças na remuneração podem gerar resultados positivos para a retenção de talentos.
O Andorinha Hiper Center apresentou no Smart Market 2022 o seu programa “Jornada do Colaborador”, que monitora o recém-contratado por 90 dias. A prática levou a 80% de efetividade de retenção.
Assim, o varejo brasileiro precisa ter atenção especial para atrair talentos, gerenciar a diversidade e reduzir a rotatividade de seus times.
ESG – environmental, social e corporate governance
ESG é a sigla para fatores ambientais, sociais e de governança corporativa das empresas. O comércio também precisa se atentar a esses elementos e trabalhar para se adequar à sustentabilidade.
Tiago Timbó, gerente de comunicação, cultura e sustentabilidade da M. Dias Branco, afirmou à SA Varejo que: “Associar nossas marcas às boas práticas sociais, ambientais e de governança repercute positivamente na reputação da companhia”.
A adesão de práticas ESG é vantajosa não somente para a imagem do supermercado. Os resultados também são vistos nos números da empresa.
De acordo com o estudo “A World in Balance”, da Capgemini, multinacional de consultoria, tecnologia e outsourcing, 83% das empresas pioneiras em ações ESG alcançaram receita maior por funcionário em comparação com a média de 2020 a 2021.
O incentivo ao uso de ecobags, a utilização de energias limpas, atividades com a comunidade, práticas de inclusão e outras iniciativas podem gerar mais competitividade para os supermercados.
Tecnologia
A transformação digital está acelerando as mudanças no varejo do país e do mundo. Há poucos anos, o PIX sequer existia e atualmente é o meio de pagamento mais utilizado pelo brasileiro, segundo o governo federal.
Muitas mudanças tecnológicas trazem novas ferramentas que facilitam a rotina do comércio. Sistemas avançados para a gestão de estoque, caixa, clientes e funcionários estão evoluindo e gerando mais precisão e economia de tempo para as empresas.
A precificação dos supermercados também pode ser beneficiada com a tecnologia. Soluções como ISA — InfoPanel, ISA — Monitoramento PDV e IPA — Software e Precificação colaboram para o acompanhamento do preço da concorrência e a elaboração de um pricing estratégico.
Saiba mais sobre ISA – InfoPanel, ISA – Monitoramento PDV e IPA – Software e Precificação da InfoPrice.
Em resumo, o varejo brasileiro está em uma boa fase, como vimos. Observando as perspectivas econômicas, a retenção de talentos, as práticas ESG e os avanços tecnológicos, os supermercados poderão ter resultados ainda melhores.