Durante os anos de 2009 até 2014, o mercado lifestyle, relacionado às áreas de saúde e bem-estar, apresentou um crescimento de 98% aqui no Brasil, segundo pesquisa publicada pela Euromonitor. O número é resultado de um consumidor mais focado na saúde, que direciona seu consumo de produtos alimentícios para itens que sejam mais naturais e saudáveis.
Políticas públicas fomentando a agricultura e produção destes produtos mais saudáveis, diretamente de agricultores, também orientaram a uma mudança no comportamento da população. Soma-se a isso, o fato do surgimento de lojas especializadas nesse tipo de produto e também as grandes redes mercadistas que passaram a disponibilizar muitos destes itens em suas prateleiras, de forma que o que era algo “exclusivo e para poucos” se popularizou e passou a entrar no carrinho do cidadão comum.
O Brasil, segundo o Sebrae, já é o 4º maior mercado do mundo para estes produtos, movimentando R$35 bilhões por ano aqui no país. Aliás, 22% da população opta por adquirir alimentos naturais e sem conservantes.
Produtos glúten free, vegetarianos, sem lactose, além de produtos energéticos, ricos em vitaminas, ou que ajudam no controle do peso entram na lista. Quinoa, linhaça, goji berry, açafrão, chia, açaí e pães e massas integrais e naturais estão no novo cardápio em crescimento.
As razões para a busca de uma alimentação natural são diversas e envolvem pessoas que sofrem da doença celíaca, alérgicos à lactose, devotos das dietas Detox ou da musculação e também o público vegetariano que, em São Paulo, representa um grupo de 792 mil pessoas (ou 7% da população). Já em capitais como Ceará e Fortaleza o número alcança os maiores índices demográficos do país, com 14% da população destas cidades (350 mil pessoas) se posicionando como vegetarianas.
De qualquer forma, o mercado de produtos para vegetarianos acaba atingindo um grande número de não-vegetarianos que estão em busca de uma alimentação mais orgânica, com produtos submetidos a processos de produção sustentáveis, ou mesmo que sejam exclusivamente saudáveis ao organismo.
Por todas estas razões, as redes varejistas ainda podem aproveitar muito as oportunidades deste mercado e segmentar áreas específicas para que esse consumidor encontre rapidamente aquilo que necessita, além de criar planos e estratégias de posicionamento, segmentação e precificação para este perfil.
Veja a média de preço de alguns produtos do mercado lifestyle conforme dados levantados pela InfoPrice:
Iogurte natural 170gr
Média de preço em SP: R$1,68 (192 lojas)
Maior preço em SP: R$5,89
Menor preço em SP: R$0,89
Média de preço no RJ: R$2,415 (53 lojas)
Maior preço no RJ: R$2,79
Menor preço no RJ: R$1,99
Média de preço em Porto Alegre: R$1,957 (17 lojas)
Maior preço em Porto Alegre: R$2,15
Menor preço em Porto Alegre: R$1,58
Aveia em flocos 250gr
Média de preço em SP: R$2,666 (39 lojas)
Maior preço em SP: R$2,59
Menor preço em SP: R$2,79
Snack sabor azeite
Média de preço em SP: R$2,95 (40 lojas)
Maior preço em SP: R$7,69
Menor preço em SP: R$1,99
Insights para quem pretende explorar mercado lifestyle:
- Estude os perfis de público de alimentação natural que você deseja atingir;
- Analise a logística do seu mercado para criar um setor exclusivo para esses produtos ou distribuí-los nos setores tradicionais;
- Compre produtos de qualidade e fique atento a novas marcas e produtos naturais que o público começar a procurar;
- Monitore preços dos itens do mercado lifestyle tanto em seus concorrentes diretos, quanto em lojas especializadas na venda de produtos orgânicos ou mais saudáveis;
- Conheça o histórico das marcas que trabalha e acompanhe se seus processos de produção estão coerentes com a imagem que ela pretende passar.